Califórnia tem a reguladora ambiental mais poderosa do mundo!


Mary Nichols (70) é a chefe do departamento de regulamentação ambiental da Califórnia, o estado americano com o maior mercado automotivo do país. Ela lidera uma grande pressão do governo estadual para reduzir as emissões de CO2.

Para isso, exige cotas dos fabricantes de veículos para que estes possam vender seus carros no estado. Seria o mesmo que São Paulo exigisse um percentual de veículos elétricos para as marcas que vendem na região.

Mas nos EUA, cada estado tem suas próprias leis e na Califórnia, o governo exige para 2015 uma cota de 2,7% do volume total de carros novos vendidos. Essa participação tem de ser obrigatoriamente dos carros “ZEV” (Zero Emission Vehicle), que podem ser elétricos, híbridos plug-in ou movidos por hidrogênio.

A meta sobe anualmente a partir de 2018 e em 2025 será de 22%. O objetivo de Nichols é ter um mercado automotivo 100% livre de emissão de CO2 em 2030. Depois disso, a expectativa é de que não haja mais carros a gasolina ou diesel circulando em 2050 na Califórnia.

Mary Nichols está no cargo desde 2007 e vem aumentando cada vez mais a pressão nos fabricantes de veículos. O resultado disso é o desenvolvimento de novas tecnologias para tornar os carros ZEV mais eficientes e baratos. A Califórnia já um importante centro global de design e P&D e deverá se tornar o principal no mundo.

As montadoras não reclamam abertamente, pois temem perder o espaço no mercado californiano. Apenas Sérgio Marchionne alegou que perde US$ 14.000 para cada Fiat 500e vendido e até recomendou ao público que não compre o carro, pois o prejuízo é grande. Ele afirmou que não venderá nada mais além da cota.

Mas a pressão do chefão da FCA não assusta Mary Nichols, que não pretende mudar sua política de gestão ambiental na Califórnia. Ela é apoiada pelo governador Jerry Brown (77), assim como foi por Arnold Schwarzenegger, que reforçou ainda mais o poder da “dama de ferro” do mercado local.


A Tesla Motors é a única na contramão das principais fabricantes, focando sempre nos carros elétricos e investindo bilhões de dólares em sua evolução. Já a gestora ambiental da Califórnia não se assusta com alegações das montadoras de que as tecnologias são caras e difíceis de implementar. Um exemplo dado é o do conversor catalítico em meados dos anos 70. O regulador californiano era Mary Nichols, no primeiro mandado de Brown.

Ela pressionou os fabricantes na época a adotarem o equipamento e a GM teria dito que se fizesse isso, quebraria. Bom, a empresa quebrou décadas depois, mas não por esse motivo e hoje permanece firme e forte. Sobre a declaração de Marchionne, Nichols afirma que existe uma explicação sobre o motivo da Chrysler ser sempre a “número 3 das Big Three”. Assim, sem meias palavras, a Califórnia sozinha está ditando o futuro dos automóveis globais.

[Fonte: Infomoney/Bloomberg]

0 comentários :